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Cooperativismo: o processo de mudança é de dentro para fora!

Nosso ponto de partida, é refletir sobre os problemas que acometem o seguimento cooperativistas, especificamente no que tange ao desempenho das COOPERATIVAS. E com o auxílio do artigo “Cooperativismo: os espaços para avançar” por Kedson Macedo (Presidente da Confebras), podemos iniciar nossas reflexões. Em síntese, ele elenca as possíveis razões a respeito da dificuldade em que as Cooperativas de Crédito possuem em captar novos adeptos (associados), tais como:

  • Desconhecimento de parte da população sobre o COOPERATIVISMO;
  • O Marketing das campanhas publicitárias focadas em produtos e serviços;
  • Ausência de iniciativas de intercooperação;
  • Baixa atuação do ramo crédito na região Norte e Nordeste. 

Pois bem, 

Segundo Jeck Welch (Guru da Administração Moderna), ressalta que a mudança ou adaptação organizacional é um processo que deve ser estimulado de dentro para fora. Ou seja, antes de culpar concorrentes, o sistema, as leis e “GOD”, devemos enxergar as nossas fraquezas e propor soluções práticas para que possamos mitigar os pontos fracos e propiciar o surgimento de pontos fortes. Consequentemente, este processo irá impactar no desenvolvimento organizacional garantindo uma maior eficiência e eficácia e, também, maiores diferenciais competitivos.

Dentro deste contexto, o que as cooperativas tem feito para superar estas dificuldades?

Ao longo de minha jornada de imersão dentro do sistema cooperativista, algumas questões fizeram parte de minha rotina. Assim, gostaria de convidá-los para responder algumas destas questões, são elas:

  1. Estamos praticando de fato o cooperativismo, ou estamos estagnados em um processo simplesmente teórico/romântico?
  2. A cooperativa a qual faz parte tem identificado seus GAP´s (gargalos) juntamente com seus stakeholders, o que inclui principalmente os associados?
  3. Qual é o propósito da cooperativa a qual faz parte?
  4. Quais são as prioridades* da organização?

*Prioridades do ponto de vista do quadro social

As respostas para tantas dúvidas as vezes poderia parecer um tanto óbvio, conhecendo e aplicando na prática os princípios cooperativistas que trago logo a seguir pode ser uma alternativa viável. O 5º Principio cooperativista “Educação, Formação e Informação”, diz que, as cooperativas devem promover a educação e a formação dos seus associados (podendo estender a colaboradores, familiares e a comunidade), visando capacitar os mesmos a contribuir de forma mais efetiva e eficaz no desenvolvimento da cooperativa. Ainda mais, existe um fundo de reserva a qual a legislação cooperativista intitula de FATES (fundo de assistência técnica e educacional e social), composta por 5% das sobras liquidas apuradas do exercício para custeio do referido princípio. No que tange o 6º Principio cooperativista “Intercooperação”, cooperação entre cooperativas, uma de suas prerrogativas para o estimulo a está pratica, é que, a união de cooperativas fortalece o movimento cooperativo.

Vamos pensar em dois pontos cruciais para o desenvolvimento do cooperativismo, tais como, os enumerados por Kedson Macedo (Presidente da Confebras).

 O primeiro ponto é o desconhecimento da população sobre o COOPERATIVISMO, como a cooperativa está conduzindo o processo de disseminação da cultura cooperativista? Visto que, a adoção de práticas padronizadas e continuas de Educação Cooperativista, contribui para um maior entendimento dos stakeholders sobre a temática “cooperativismo”. Afinal, a dificuldade das pessoas em aderir ao sistema cooperativista, se dá pela falta de conhecimento dos mesmos, ou seja, precisamos criar um canal de comunicação e oportunizar momentos para que as “pessoas”, conheçam o que é essa coisa chamada “COOPERATIVA”.

O próximo ponto são as iniciativas de intercooperação, que obviamente como todo processo incipiente leva tempo para que as pessoas entendam a sua importância e o impacto que pode proporcionar na organização. Mas, será que as cooperativas veem as outras do mesmo RAMO como concorrentes? Ou ainda, podemos atrelar a falta de iniciativa a visão míope do significado de intercooperação e cooperação.

Por outro lado, de acordo com João Benato o mesmo problema que acomete a nossa sociedade é o mesmo problema das COOPERATIVAS. Definitivamente, ele evidência alguns problemas de cunho estrutural, cultural e político. A seguir destacamos alguns pontos que contribui para o desenvolvimento do problema, na concepção do autor. São eles:

a.   Não é interessante aos detentores dos poderes econômico, financeiro, político, religioso e afins, que o povo/sócio se aculture. Ele passa a questionar e as verdades emergem à luz atravessando as trevas da mentira; 

b.   Não é interessante aos detentores dos poderes econômico, político, religioso e afins, que o povo/sócio se emancipe econômico-financeiro e socialmente. Ele passa a ser participante e os questionamentos não obterão respostas;

c.    Não é interessante aos detentores dos poderes econômico, político, religioso e afins, que o povo/sócio realize a satisfação de suas necessidades. Ele passa a estar saciado e não mais precisa de pão e de circo;

d.   Não é interessante aos detentores dos poderes econômico, político, religioso e afins, que o povo/sócio se auto-administre e que se emancipe. Ele passa a ser um concorrente eliminando oligopólios e monopólios. (BENATO, 1997, p. 23)

Então,

 Como podemos contornar estes problemas?

O que vocês têm feito para que a cooperativa gere valor para a comunidade onde está inserida e, principalmente, para seus associados?

 Definitivamente, poucos se dão conta de que a eficiência da cooperativa está diretamente ligada ao sucesso dos associados.

Um forte e saudoso abraço cooperativista!

Referências

BENATO, João Vitorino A. O ABC do cooperativismo. 4. ed. São Paulo: OCESP, 1997.

Daniel Oliveira

Cooperativista, Consultor de Cooperativas, Especialista em Organização do Quadro Social (OQS)

 

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