Olá, como vai?!
Nos últimos dias, temos nos deparado com diversos veículos de comunicação falando sobre a operação “Alba Branca”, que investiga desvios na merenda escolar. O pivô dessa situação é o dirigente de uma cooperativa. Diante disso, muitas pessoas têm me passado e-mails com diversas perguntas.
Tenho dito que cabe à Polícia e ao Ministério Público investigar e à Justiça, julgar e se for o caso condenar os acusados que teriam agido de má-fé.
Aos cooperativistas verdadeiros sobra a tristeza de ver pessoas que se utilizaram de uma modalidade jurídica – cooperativas - para fazer coisas erradas, denegrindo o cooperativismo, pois as pessoas se lembram principalmente das ações ruins. As cooperativas de agricultura familiar são uma grande ferramenta para a comercialização dos pequenos agricultores, sendo muitas vezes a única forma que eles têm de vender os seus produtos. Esses agricultores ficavam antes nas mãos de atravessadores, que exploravam essas famílias comprando sua produção a preços pífios e revendendo a valores exorbitantes.
Infelizmente, com todas essas denúncias, ficará ainda mais difícil para o pequeno produtor vender ao poder público. Vale ressaltar que gente ruim, mau caráter, mal intencionada e picareta pode se infiltrar em qualquer lugar para usar da boa-fé das pessoas. Qualquer atividade gira em torno do ser humano, que muitas vezes não mantém sua conduta de forma correta e digna e prejudica os seus semelhantes ao buscar benefícios próprios.
As cooperativas aqui no estado de São Paulo sofrem muito, pois, para participarem da maioria das licitações, têm que “PAGAR PAU”, como diz o nosso amigo vereador Paulo Frange, para uma ONG criada em 1971 pela ditadura militar. Muitos editais publicados ferem a Lei 8.666, de licitações, pois exigem filiação ou registro a esta entidade privada, que é uma associação, que nada mais faz que tomar dinheiro das cooperativas.
O que mais me envergonhou nessa situação toda foi ter recebido um informativo precipitado no dia 21/01/2016, publicado por essa ONG, dizendo que se a cooperativa pivô da investigação estivesse filiada a eles, a prefeitura e o estado não teriam tido problemas. O jornalista dessa ONG tem, inclusive, postado esses comentários nas matérias dos jornais. O funcionário presidente desta ONG ainda colocou que “o registro na ONG é obrigatório pela lei federal – esclareça-se que se trata de uma lei feita em 1971 pela ditadura militar, quando o presidente do Brasil era o General Médici. A lei beneficiou um grupo de amigos da ditadura!
Nesse mesmo informativo, o presidente dessa ONG ainda diz: “Prestamos um serviço à sociedade ao verificar, logo na constituição do empreendimento, se realmente é uma cooperativa. O registro e a manutenção da regularidade são filtros que nos permitem separar o joio do trigo e, assim, zelar pelos princípios, valores e pela boa imagem do cooperativismo”. Na verdade, presta um desserviço à sociedade. A chamada do informativo já é capciosa, pois diz que a cooperativa citada nas investigações não conseguiu o registro na ONG, ou seja, aproveitaram a situação para fazer “merchan” em cima da desgraça de tantas famílias afetadas com tais desvios.
O informativo deles é extenso. Colocam ainda o depoimento do diretor do ramo agropecuário deles falando que preside duas cooperativas. Esse diretor diz “que a cooperativa dele teve que cumprir todas as exigências para o registro da cooperativa na ONG, garantindo a legitimidade e a regularidade da sua atuação”. Mostra-se cheio de razão e moral deixando claro que quem não se ligar a essa ONG é ilegal e quem estiver ligado a esta ONG está na condição de santificação.
Bom, o segundo entrevistado nesse informativo deles é dirigente de outra cooperativa ligada a eles e faz novo “mechan”. Diz que o processo da ONG é rigoroso e afasta os “mal intencionados”, que ao se deparem com a ONG (com poderes investidos pela ditadura militar e poderes paranormais para identificar na testa do sujeito quem presta ou não presta) desistem do cooperativismo.
PIADA, PALHAÇADA! Ao invés da defesa das boas cooperativas, essa ONG tenta faturar em cima da desgraça. Essa mesma ONG cuida de um caixa equivalente a 10% do orçamento da cidade de São Paulo – uma montanha de recursos para não fazer nada, ou o que deveria dar para fazer!!! Para eles, dá para fazer festas milionárias e viagens ao exterior. É revoltante ver esse merchan e colocar claramente que somente quem se submete a eles é que tem salvo-conduto de prestabilidade!!!
Pois é! Dias depois me deparo com vários jornais citando mais três cooperativas e, adivinhem só! Das três novas cooperativa citadas na “Operação Alba Branca”, duas são as cooperativas que falam no informativo desta ONG dando testemunho de santificação. A terceira também está ligada a eles.
Ou seja, das quatro cooperativas citadas na “Operação Alba Branca”, três são filiadas/registradas à esta ONG. Inclusive fizeram festas juntos em cidades do interior, conforme informações da internet.
Como Deus é bom e ajuda a trazer à tona as sem-vergonhices praticadas por pessoas desonestas. Todos merecem respeito e mesmo essa ONG não tem o direito de sair citando e emporcalhando o cooperativismo como um todo para se autopromover e ganhar dinheiro em cima da desgraça alheia.
Agora eu me pergunto: qual a credibilidade do tal registro obrigatório, da lei de 1971, que só serve para burocratizar e tomar dinheiro que quem não tem?
Como diria Boris Casoy, “Isso é uma vergonha”!!!
Bom, essa semana uma grande autoridade me perguntou se eu tenho relacionamento com essas cooperativas citadas na “Operação Alba Branca”. Eu respondi que não os conheço, e que a FETRABRAS está de portas abertas. Muitas pessoas passam por aqui, pois duas vezes por semana temos uma advogada sem custo para atender às pessoas que têm interesse em se organizar em cooperativas. Ela está aqui para orientar essas pessoas de como funciona uma cooperativa e o que determina a Lei. Eu vou a muitos eventos e bato papo desde com o manobrista até o palestrante, beijo a todos e trato a todos como eu gostaria de ser tratada, tiro fotos com todos, pois ninguém traz escrito na testa que não presta e que tem atitudes bandidas. Ainda disse a essa pessoa: “Se um conhecido comete um crime, ele é o culpado. Seus conhecidos, que sempre o acolheram e acreditaram na idoneidade dele, não podem pagar por seus erros!”.
Por incrível que pareça, fizemos uma entrevista com o João Paulo em novembro de 2015 e enviamos um informativo falando do assunto, onde ele cita exatamente isso - que algumas pessoas se passavam por cooperativas e compravam nos grandes Centros de Distribuição de alimentos. Porém, poucos deram ouvidos.
Bom, é isso aí. As cooperativas são uma pessoa jurídica, ou seja, um numero de CNPJ no papel como outro qualquer. Não têm vida própria, elas são geridas por seres humanos!
No meu entendimento , o que o poder público deve fazer é seguir a lei de licitações e exigir todos os documentos desta lei, punir quem não estiver fazendo certo e não permitir acesso de pessoas ao processo licitatório!
Esta ONG ainda afirma com orgulho que possui “lobistas do bem”!!! – será que isso existe??? Eu os vi se vangloriando em matérias. É o mesmo sujeito que anda pela ALESP fazendo lobby pela continuidade do registro obrigatório criado pela ditadura militar!!!
Abaixo a entrevista do João Pedro e o nosso informativo que contém a matéria.
Beijos,
Sandra Campos
Presidente
FETRABRAS – Federação Nacional dos Trabalhadores Cooperados
Editora Chefe - Portal e Revista EasyCOOP
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Endereço da sede da FETRABRAS/SINTRACESP
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e-mail: [email protected]

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