Seca em Santarém faz cooperativa investir em sistema agroflorestal

Com a falta de chuvas em Santarém, oeste do Pará, a agricultura tem passado por transtornos. Algumas plantações não resistem as altas temperaturas e morrem. Para evitar maiores prejuízos, a Cooperativa dos Produtores Rurais (Cooprusan) do município começou a investir na produção de mudas frutíferas e madeireiras, por meio do sistema agroflorestal.

 

Segundo o presidente da Cooprusan, Cidinei Nunes, o sistema ajuda a melhorar a qualidade dos alimentos, pois possibilita sombra para as frutas, além de agregar benefícios para o terreno. "Com esse sistema a planta estará protegida pela árvore nativa no qual estará gerando sombra e preservando o meio ambiente”, explicou.

 

No primeiro momento, serão doadas aos cooperadores 1.200 mudas de variados tipos, como acerola e mogno africano. Todas virão de Belém.

 

A plantação do produtor rural Enos Rebelo é uma das atingidas pela seca na região. Ele será um dos beneficiados com a doação de mudas. Enos conta que o plantio de frutas, como abacaxi, laranja e tangerina foram perdidos. “Na minha área tem uma plantação de quatro a cinco mil mudas de laranja e tangerinas. Acho que 50% já perdeu. Se continuar o clima desse jeito não tem alternativa, é sair da agricultura. Eu creio que não vai ter produção. Quem vai sentir na pele é o consumidor porque tudo vai aumentar”, lamentou.

 

Nunes garante que a utilização desse sistema é uma maneira de manter a organização da cadeia produtiva. “Iremos trabalhar com agro reflorestamento, produção de mudas agroflorestais e nativas, aonde todos os nossos produtores terão acesso a esse nosso espaço para fazer pedidos, ter esclarecimentos, conhecer novas culturas específicas de cada tipo de fruta”.

 

O projeto será expandido e a cooperativa pretende ser produtora de mudas, como alternativa para baixas temporadas e manter os agricultores de Santarém abastecidos para evitar prejuízos nas plantações. Para isso, está sendo construída a sede do viveiro agroflora.