Newsletter
Notícias

Ater ajuda na garantia de renda de agricultoras da Bahia

21/03/2016

No Povoado de Lagoa do Peixe, em Barra do Mendes (BA), a 534 quilômetros da capital, Salvador, a agricultora familiar Ivanice Rosa de Souza Silva, 32 anos, se juntou a mais 19 trabalhadoras rurais para montar uma cozinha comunitária. Muitas delas viviam apenas em função da produção para consumo próprio e não conseguiam renda com isso.

Frutas como manga, acerola e umbu estragavam nos pés do povoado, por falta de aproveitamento. Hoje, elas viram polpas e são comercializadas em feiras. Também são produzidos outros produtos, como pães, bolos e biscoitos. “Antes nós não tínhamos como processar as frutas e nem como armazenar a polpa. Tudo isso surgiu quando recebemos Ater. Tivemos acompanhamento por dois anos, nos ajudaram a descobrir o que seria ideal desenvolver na nossa comunidade, o que tinha a ver com a nossa realidade, nossa produção”, explica Ivanice, atual presidente da Cozinha Comunitária.

Ivanice conta que, quando o grupo foi selecionado para receber a Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), viu a chance de levar adiante esse sonho. “Antes a gente não sabia que era capaz de construir essa cozinha. Víamos as frutas perdendo e não sabíamos o que fazer. Agora nos sustentamos com nossos produtos”, comenta.

A agricultora lembra que muitas mulheres do povoado não tinham uma visão mais ampla. “Viviam do fogão pra roça, nem na cidade iam. Com a capacitação, muitas delas passaram a ver seus direitos fora daquele espaço. Com esse treinamento vimos que somos capazes de vencer nossas barreiras”, observa.

O projeto foi um incentivo para que essas mulheres e suas famílias permanecessem no campo. Desde os nove anos, Ivanice ia trabalhar na roça com o pai e a mãe, mas achava a rotina difícil. “Eles me ensinaram que a vida no campo tem que ser de perseverança. Hoje, também estamos tentando manter o jovem no meio rural, lá no nosso povoado. Porque sabemos a dificuldade de inseri-los em nossa cultura. Com nossa cozinha comunitária, somos um exemplo para eles”, afirma.

No final de 2014, chegou ao fim o acompanhamento de Ater e o grupo de agricultoras começou a caminhar por conta própria. “Nossa renda começa a nos manter e, como começamos há pouco, estamos a cada dia evoluindo um pouco mais, batendo meta por meta. Agradecemos a oportunidade do atendimento de Ater porque nos abriu os olhos, e estamos felizes com os resultados”, comemora.

O próximo passo das agricultoras é aprofundar na parte de finanças e administração, para desenvolver mais o projeto. “Equipamos nossa com cozinha com dinheiro do Fomento Mulher, o que nos deixou mais fortes. Tinham pessoas que nos diziam que esse programa não ia funcionar e deu certo. Hoje, temos nossa cozinha funcionando e nosso trabalho nos sustentando. Então, temos que continuar nos capacitando, para crescer mais”, ressalta.

Ascom/MDA

 

O EasyCOOP e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.