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Catadores fazem protesto em Lençóis Paulista
05/05/2016
Um grupo de catadores de material reciclável protestou nessa quarta-feira (4) em frente da prefeitura de Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru). Eles reivindicam a renovação de um convênio com a administração municipal e querem ganhar como prestadores de serviço. A cooperativa faz a coleta seletiva desde 2003, mas as condições de serviço e renda pioraram nos últimos anos.
A manifestação foi pacífica. A prefeita de Lençóis, Izabel Cristina Campanari Lorenzetti (PSDB), não estava nessa quarta na prefeitura. Ela viajou a São Paulo para participar de reunião do Fundo dos Recursos Hídricos (Fehidro).
A líder da Cooperativa de Reciclagem de Lençóis Paulista (Cooprelp), Marilza Rodrigues de Oliveira, foi recebida pelos diretores de Administração, Planejamento e Meio Ambiente, respectivamente, Silvia Gasparotto, Eduardo Conti e Benedito Martins para ouvir as reivindicações da cooperativa.
Os manifestantes contaram com a presença de representantes de cooperativas de material reciclável de Ourinhos, Campinas e Cândido do Motta que vieram auxiliá-los no encaminhamento das reivindicações.
A Cooprelp foi fundada há 13 anos para fazer a coleta seletiva do lixo urbano e atualmente é formada por 41 famílias. Em julho do ano passado venceu um convênio que havia entre a prefeitura e a cooperativa, e isso tem dificultado aos recicladores conseguirem recursos junto aos governos federal e estadual para melhorar a infraestrutura da cooperativa.
A presidente da Coprelp explicou que atualmente a renda dos catadores é muito baixa. Não estão conseguindo ganhar nem metade de um salário mínimo. A reivindicação é de ganharem por prestação de serviço e não com base no que arrecadam do material recolhido. “A gente quer melhoria no ambiente de trabalho também. Atualmente fazemos a coleta seletiva, mas manuseamos o lixo. Falta infraestrutura”, contou.
Para os catadores, não é função deles manusearem cerca de 35 toneladas de lixo para separar o que é reciclável.
A cooperativa tem encontrado dificuldades no recolhimento do material. Os dois caminhões disponíveis, um cedido pela prefeitura e da cooperativa para transporte dos reciclável, estão quebrados há mais de um mês e meio. “O morador junta o material reciclável, mas não conseguimos passar nas casas para recolher. No momento estamos sem caminhão. A manutenção é da prefeitura, ela alega que não tem verba e no momento os caminhões estão na prefeitura arrumando”.
O assessor de imprensa Eduardo Magalhães foi quem recebeu os integrantes da cooperativa na prefeitura. Ele informou ao JC que uma comissão indicada pelos manifestantes conversou com três diretores, porém será marcada nova data para uma reunião com a prefeita para discutir as reivindicações.
JCNet.com.br / Foto:Billy Mao/Divulgação