Cooperativas poupam mais de 10 mil árvores neste ano

07/06/2016

O trabalho de coleta de materiais recicláveis da Rede Solidária Cata-Vida resultou na preservação de 10.897 árvores; 39.403 litros de petróleo e mais de dez milhões de litros de água, somente em 2016. Os dados são do relatório do primeiro quadrimestre do Balanço Ecológico -- levantamento que faz uma proporção entre a quantidade de materiais recolhidos e os recursos poupados. De janeiro a abril deste ano, a rede coletou 1.066,28 toneladas de materiais recicláveis entre papéis, plásticos, alumínios e óleo residual de fritura, que são oriundos da coleta seletiva de dezessete cooperativas de reciclagem das regiões de Sorocaba e Itapeva.
 
A bióloga Meirielen Caroline da Silva explica que a ferramenta, criada pelo Centro de Estudos e Apoio ao Emprego, Desenvolvimento e Cidadania (Ceadec), contribui para que a população compreenda, de forma mais concreta, o impacto causado pela reciclagem ao evitar a extração de mais recursos naturais. "Quando falamos de reciclagem, falamos de forma ampla. Ajuda o meio ambiente, mas de que forma?", disse. Ela exemplifica a questão com a reciclagem de alumínio, comum no Brasil, e que diminui a extração da bauxita. A exploração do minério causa impactos ambientais no solo e água, além de trazer problemas de saúde para os trabalhadores da extração e para a comunidade local. Com a reciclagem, há a diminuição dessa extração e, consequentemente, dos impactos ambientais. A bióloga conta que o Ceadec também busca conscientizar a população e os próprios catadores sobre a relevância do trabalho que desenvolvem. "Falamos sobre a dimensão e a importância do trabalho deles", relata.
 
O Ceadec é uma organização não governamental, criada em 1999 que apoiou e assessorou a criação da Rede Solidária Cata-Vida, em 2001, a primeira Rede de todo o Brasil. Atualmente, a Rede Solidária Cata-Vida, é integrada por mais de 300 catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas atuantes em 18 municípios. "O Ceadec atua na economia solidária para estruturar as cooperativas que já existem e as que estão se formando", explica Meirielen. A ONG orienta as cooperativas quanto aos seus direitos, em questões contratuais com as prefeituras e até no reconhecimento dos catadores como agentes de promoção social e proteção do meio ambiente. Hoje, os catadores dominam o ciclo da cadeia produtiva da reciclagem do óleo residual de fritura e de polímeros (plástico).
 
Balanço
 
Graças às 11,28 toneladas de óleo residual de fritura recolhidos, 10,15 milhões de litros de água foram preservados. Já as 646,29 toneladas de papéis recolhidos equivalem à preservação de 10.987 árvores. Enquanto as 303,10 toneladas de plásticos são 39.403 litros de petróleo; as 12,71 toneladas de alumínios poupam a extração de 63.550 quilos de bauxita; e as 92,20 toneladas de vidro poupam 111 mil quilos de matéria prima.

Jornal Cruzeiro do Sul / Foto: ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS