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Cooperativismo pela paz em tempos de instabilidade global

A história da humanidade sempre foi marcada por guerras, conflitos e disputas territoriais. No entanto, o momento atual é singularmente delicado. O planeta vive um período de profunda instabilidade, onde crises militares, econômicas e ambientais se sobrepõem, formando camadas sucessivas de tensão e angústia. Vivemos tempos incertos, em que o equilíbrio global parece mais frágil do que nunca.

Recentemente, uma nova política de relacionamento comercial adotada pelos Estados Unidos da América acendeu um alerta no cenário internacional. Como potência econômica, os EUA têm forte influência sobre o comércio global. Qualquer alteração em sua postura pode gerar impactos significativos em diversos setores e regiões. Para se ter dimensão da possível crise, estima-se que metade dos empregos no mundo dependa, direta ou indiretamente, da economia norte-americana. Em outras palavras, decisões tomadas por lá podem afetar profundamente a estabilidade social e econômica dos demais países.

Em meio a esse cenário turbulento, as cooperativas surgem como agentes promotores da paz e da estabilidade. Diferente de modelos empresariais centrados exclusivamente no lucro, as cooperativas são sociedades de pessoas, organizadas com base na participação democrática, na solidariedade e na busca por objetivos comuns. São estruturas humanizadas, que respeitam as diferenças, valorizam cada associado e colocam o ser humano no centro das decisões.

Mais do que isso, as cooperativas são comprometidas com a sustentabilidade e a preservação ambiental. Operam com responsabilidade social, apoiam políticas públicas, geram produtos de qualidade e prestam serviços confiáveis. Por tudo isso, representam um modelo econômico resiliente e capaz de resistir aos efeitos das grandes crises mundiais.

As cooperativas trabalham, efetivamente, pela paz mundial. Promovem inclusão, combatem desigualdades, geram renda e fortalecem os laços de confiança entre as pessoas. Onde há cooperativismo, há desenvolvimento com equilíbrio, há respeito às comunidades, e há esperança de um futuro mais justo e colaborativo.

Em Santa Catarina, a força do cooperativismo é notável. O setor responde por cerca de 70% das exportações do estado e tem participação expressiva no Produto Interno Bruto (PIB). As cooperativas catarinenses geram emprego, distribuem renda e dinamizam a economia local, sendo essenciais para o bem-estar da população e para o crescimento sustentável do território.

No próximo dia 30, será revelado o desempenho social e econômico do cooperativismo catarinense em 2024. Será um momento de reconhecimento à contribuição inestimável dessas organizações para a vida dos catarinenses — não apenas em números e resultados financeiros, mas principalmente na construção de uma sociedade mais solidária, humana e pacífica.

Diante de um mundo em ebulição, é urgente valorizar e fortalecer os modelos que colocam o coletivo acima do individual. As cooperativas mostram, todos os dias, que é possível crescer sem destruir, competir sem excluir, e prosperar sem deixar ninguém para trás. Não por acaso, a ONU declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas.

Vanir Zanatta

presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)

 

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