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Unir para Sustentar. Cooperar para Transformar

Nós, cooperadores e cooperadoras, conscientes dos desafios que ameaçam a autonomia econômica, a dignidade do trabalho e a justiça social em nosso tempo, nos levantamos em defesa de um princípio essencial e ainda subvalorizado: a intercooperação.

O sexto princípio do cooperativismo não é apenas uma diretriz ética — é a coluna vertebral de um novo projeto civilizatório. Cooperar entre cooperativas é o que nos permitirá resistir ao mercado desigual, superar o isolamento institucional e construir uma economia de solidariedade real, nacional e planetária.

Para isso, propomos a adoção da regra 30/70: que 30% das compras e contratações das cooperativas sejam realizadas entre cooperativas, como compromisso mínimo com a intercooperação. Os 70% restantes podem continuar sendo direcionados conforme as necessidades de mercado, mas os 30% internos criarão um circuito virtuoso de sustentabilidade mútua, fortalecimento de cadeias produtivas solidárias e autonomia econômica cooperativa.

Sem intercooperação, o cooperativismo se fragmenta.

Com intercooperação, ele se multiplica, se fortalece e se sustenta.

Este manifesto convoca todas as cooperativas — pequenas, médias e grandes, de todos os ramos e territórios — a unirem forças em nome da sustentabilidade coletiva. Propomos:

A criação de um Fundo de Solidariedade Cooperativista, para apoiar cooperativas em risco, estimular novas iniciativas e promover a justiça interna entre os que constroem a mesma utopia.

A formação de um Fundo de Sustentabilidade, voltado à inovação, à educação cooperativa e à adaptação ecológica de nossos sistemas produtivos.

O desenvolvimento de uma plataforma digital colaborativa, que una cooperadores de todo o país (e do mundo), permitindo transparência, participação direta e troca constante de experiências e soluções.

Essa é a hora da virada histórica. Não podemos mais aceitar que a intercooperação seja apenas uma ideia bonita nos papéis. Ela deve se tornar ação concreta, compromisso coletivo, cultura viva em nosso modo de existir cooperativamente.

O cooperativismo não pode ser apenas resistência. Ele deve ser alternativa.

E para isso, é preciso intercooperar.

Assinamos este manifesto em nome da esperança ativa, da partilha que liberta, e da convicção de que outro modelo de desenvolvimento — mais humano, mais justo e mais cooperativo — é possível e urgente.

Intercooperação já.

Porque juntos somos mais do que somas — somos rede.

Rosalvi Maria Teofilo Monteagudo

Contista, pesquisadora, professora, bibliotecária, assistente agropecuária e articulista na internet. Mestre em cooperativismo pelo CEDOPE/UNISINOS, em São Leopoldo – RS. Foi editora responsável do boletim informativo do ICA/SAA, São Paulo, no qual criou o espaço “Repensando o Cooperativismo”. Organiza cursos, conferências, estandes em feiras e já foi voluntária na Pastoral da Criança.

 

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