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Educação Financeira: há diferença entre homens e mulheres?

Quando ouvi a expressão “educação financeira para mulheres” pela primeira vez, achei curioso. Se os conceitos financeiros são os mesmos, bastava que houvesse educação financeira para todos. 

Parece que não é bem assim. 

Segundo Lusardi (2019), o baixo nível de conhecimento financeiro é especialmente evidente em alguns subgrupos, como na população mais jovem, com idade entre 18 e 40 anos, e entre as mulheres. 

Mas antes de aprofundar um pouco mais nesse assunto, precisamos definir alguns conceitos que serão importantes daqui para frente: 

Educação financeira é o meio pelo qual se fomenta o conhecimento financeiro (Brüggen et al., 2017) e pode ser oferecida em diferentes contextos: no ambiente escolar, cursos on-line, jogos, dentre outros.   

Já o conhecimento financeiro é a capacidade do indivíduo compreender conceitos financeiros fundamentais (Lusardi, 2019). Por isso, o conhecimento financeiro é especialmente importante para compreensão das condições de oferta de produtos e serviços financeiros (GFLEC, 2014). Existem diferentes meios de mensurar conhecimento financeiro. Para este texto, consideramos os estudos de Lusardi (2019) que aborda três conceitos fundamentais: (i) a capacidade de fazer cálculos de taxas de juros e compreender a composição dos juros; (ii) compreensão da inflação e (iii) compreensão da diversificação de riscos. 

O comportamento financeiro, por sua vez, pode ser definido como o comportamento adotado pelo indivíduo a partir de um conjunto de intervenções recebidas ao longo da vida, que envolvem desde intervenções relacionadas ao acesso à educação financeira até condições sociodemográficas e habilidades individuais (Brüggen et al., 2017), como exemplo: pagamento do cartão de crédito na data do vencimento, planejamento para a aposentadoria, excesso de endividamento, dentre outros. 

Agora, podemos voltar à questão de gênero. 

De acordo com Lusardi (2019), “as mulheres são menos propensas, se comparadas aos homens, a responder corretamente perguntas sobre conhecimento financeiro, bem como são mais propensas a responder ‘não sei’ em perguntas técnicas, destacando o excesso de confiança entre os homens e a consciência de falta de conhecimento financeiro entre as mulheres”. O gráfico abaixo mostra isso: 

 

 

Seja porque as mulheres detêm menor conhecimento financeiro ou porque elas detêm menor confiança se comparadas aos homens, é possível que isso esteja influenciando, negativamente, o comportamento financeiro dessas mulheres, como exemplo: falta de planejamento financeiro, falta de acesso a produtos e serviços financeiros adequados a suas necessidades, excesso de endividamento, pagamento inadimplente, dentro outros. 

E, nesse sentido, o acesso à educação financeira pode ser um primeiro passo de uma longa caminhada. Talvez não haja diferença entre “educação financeira” para homens ou para mulheres, mas essas pesquisas nos mostraram que há diferença no “acesso” à essa educação. 

E agora, o que a gente faz? 

Eu tenho uma proposta. Envie este artigo para uma mulher que você admira e a convide para acessar a página seligafinancas.institutosicoob.org.br

Lá, ela encontrará o curso “Finanças Pessoais” para aperfeiçoar o seu conhecimento financeiro e, também, o curso “Finanças para MEI” caso ela seja uma microempreendedora. Mas, e no empreendedorismo, há diferença entre homens e mulheres? Bom, isso é assunto para um próximo artigo. 

Até lá! 

Louize Pereira Oliveira

Coordenadora de Cidadania e Sustentabilidade do Sicoob

 

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