Vivemos em tempos de grandes mudanças em praticamente todas as áreas da atividade humana, impulsionadas especialmente pelo rápido avanço tecnológico. Ciclos de mudanças que demoravam séculos para acontecer, hoje acontecem em poucos anos, em alguns meses, dias até.
Isso gera um grande impacto em nosso “mindset”, no nosso “programa mental”, nossa maneira de pensar e agir. O cérebro humano vinha trabalhando de modo linear, com um grande espaço de tempo para adaptação à mudança. Ocorre que nos tempos atuais, as mudanças acontecem de modo exponencial, de forma rápida e impactante. Portanto, torna-se fundamental, e até mesmo uma questão de sobrevivência, adaptarmos nossas mentes para pensar e agir de modo exponencial.
O Pix é uma dessas grandes mudanças tecnológicas que está impactando a maneira de se realizar negócios e de utilizar serviços e soluções financeiras.
A mudança traz desafios, mas também muitas oportunidades. Especialmente para o cooperativismo financeiro, teremos grandes ganhos em volume, em escala, além de economia nos custos de compensação. Sem contar que ao incentivar seus associados a utilizarem a nova tecnologia do Pix, a cooperativa irá ganhar também no volume de depósitos e movimentação financeira, o que irá beneficiar os próprios associados, que são os donos e usuários da instituição financeira cooperativa.
Em qualquer cenário, mas especialmente em tempos de grandes mudanças, de desafios econômicos e sociais é que as cooperativas se tornam ainda mais imprescindíveis para o desenvolvimento sustentável e colaborativo de um país. O cooperativismo possui papel fundamental na inclusão das pessoas, dos seus associados, dentro desses novos cenários.
Em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, em 07/12/2020, o diretor de fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, reforçou que a meta é dobrar a participação de cooperativas no sistema financeiro, até 2022. No cálculo de participação do cooperativismo de crédito no mercado usado pelo BC, se excluídas as modalidades que não são oferecidas pelas cooperativas, como linhas para grandes empresas, o setor hoje representa cerca de 10% do mercado. Porém, se todo o sistema financeiro for contabilizado, o setor cooperativo de crédito equivale, atualmente, a cerca de 5% do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Souza destacou que está em aprovação na Câmara um projeto de lei complementar que irá tirar entraves e dar maior segurança jurídica às cooperativas de crédito. A regra irá permitir, por exemplo, que as cooperativas tenham associados de qualquer lugar do país, desde que tenham estrutura e condições de atender o associado por meio virtual. "O objetivo é melhorar a organização sistêmica das cooperativas e dar mais liberdade de atuação. Ao mesmo tempo, elas poderão andar em blocos e se integrarem", disse Souza.
A tecnologia deve estimular a intercooperação e a inclusão financeira. O Pix dentro do cooperativismo financeiro irá promover a inclusão de número cada vez maior de pessoas, no acesso ao crédito, produtos e serviços financeiros. Ao mesmo tempo, os desafios dos avanços tecnológicos vão fortalecer ainda mais a prática do sexto princípio cooperativista - a “Intercooperação”, ou seja, a cooperação entre as cooperativas. Para que as cooperativas de modo geral possam se manter e crescer nesses novos cenários, é necessário fortalecer e praticar a intercooperação. Somente unidas, as cooperativas poderão assegurar sua continuidade e sucesso no mercado. União de forças, de pessoas, de capital, de estruturas cooperativas torna essas instituições muito mais fortes.
As novas tecnologias devem ser utilizadas para impulsionar os negócios cooperativos, melhorar os resultados, promover uma maior inclusão financeira da população, além promover a união e a intercooperação. É uma grande oportunidade para fortalecer a prática dos princípios e valores cooperativistas. É o momento ideal para fortalecer a união, a intercooperação, a visão de que juntos somos mais fortes e vamos mais longe.