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Responsabilidade social e transformadora das cooperativas

A existência de uma cooperativa produz impacto imediato e positivo na comunidade como um todo; ela pode fazer algo mais, agindo na constelação específica das empresas de seu mercado, principalmente naquelas familiares de porte pequeno ou médio. Seus proprietários por certo estão interessados na perpetuação de seus negócios e inquietos quando às decisões mais corretas nestes tempos tão turbulentos. Uma cooperativa conhece as vantagens de integrar recursos e esforços para alcançar e potencializar objetivos comuns e pode transferir essa experiência estimulando relacionamentos que levem à intercooperação não apenas de suas associadas, mas também de clientes e fornecedores.

A prosperidade de uma cooperativa costuma ser medida pelos bons resultados que apresenta em termos dos seus ingressos, sobras, geração de caixa. O número crescente de associados e sua satisfação também são bons indicadores. O bom controle dos processos técnicos e administrativos reduz os custos gerando boas margens; ela tem o corpo saudável.  Seus dirigentes compreendem as naturais incertezas do ramo onde atuam, sabem fazer as melhores escolhas estratégicas para seu negócio; ela tem uma mente inteligente. Entretanto, o mais importante é que sua alma esteja impregnada dos Princípios Cooperativistas, especialmente: interesse pela comunidade, intercooperação, educação, formação e informação.

Não basta uma cooperativa ser próspera, precisa ser plena de corpo, mente e alma.  Deve fazer prosperar o ambiente onde atua, integrando as empresas de seu mercado de forma transformar a cultura de seus negócios. Esta contribuição deve ser mais abrangente do que prover subsídios técnicos ou financeiros, ela precisa investir para que sejam desenvolvidas as competências das lideranças, aperfeiçoado o relacionamento interpessoal de suas equipes, enriquecida a comunicação com seus clientes.

Jack Welch, eleito em 2000 o mais importante executivo do milênio, respondeu a uma jornalista que o provocara com uma pergunta sobre “O que faz um presidente quando seus diretores sabem tudo e a empresa é próspera e anda por si só”? Ele respondeu o que já escrevera em dezenas de seus livros, agora de um modo verdadeiro e poético: “Dizem que líder é aquele que leva a empresa na direção de uma estrela. Eu não concordo; um líder inventa uma estrela para inspirar as pessoas”!

Não só o presidente de uma cooperativa, todos os dirigentes podem inventar uma estrela inspiradora, estabelecendo canais de informação com as empresas, formando lideranças com habilidades integradoras, transformando a cultura através da educação. Mais do que um bom administrador, ser um líder visionário, fazer diferença na comunidade.

Ampliar os resultados econômicos e financeiros de associados, clientes e fornecedores transformando-os em parceiros de negócio beneficiará também a prosperidade da cooperativa, porém o maior ganho será cumprir sua responsabilidade social contribuindo para desenvolver uma comunidade mais ética, humana e próspera.

Mário Donadio

Sociólogo, Educador na Metanoia, professor de pós-graduação em Psicologia Organizacional e do Trabalho na Universidade Mackenzie

 

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