Olá, como vai?
Com o avanço acelerado da vacinação contra a covid-19, aumenta a esperança na retomada mais forte da atividade econômica, mesmo diante do temor provocado pelo surgimento de novas cepas do vírus, como a variante delta. Alie-se também a esse temor a turbulência política que sacode o país. Mas temos uma boa notícia. A retomada da economia está sendo acompanhada de múltiplos debates sobre a premente necessidade de incluir todos os brasileiros nos benefícios do desenvolvimento, tendo como ponto de partida a expansão do sistema cooperativista. A pandemia escancarou a ferida da exclusão social que machuca milhões de pessoas em nosso país.
Essa é a mensagem e o alerta de nossa entrevista de capa com Leandro Pereira Morais, professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Araraquara). “Construímos tecnologia para chegar em Marte, mas ainda não conseguimos garantir o básico necessário para uma crescente maioria de pessoas”, afirma o economista, que é membro da Força Tarefa das Nações Unidas para a Economia Social e Solidária (UNTFSSE), entre outras atividades. “Este modelo de desenvolvimento precisa ser alterado” diz Leandro, alertando que a concentração de riqueza e de capital está levando a nova era de desigualdades. Ele vê no cooperativismo um modelo alternativo, por “colocar as pessoas e a vida em primeiro lugar” e ter um papel “emancipador” não valorizado pelo governo. Enfatiza que “os menos qualificados tendem a sofrer mais” frente aos novos padrões tecnológicos que “destroem empregos e impactam negativamente muitos segmentos ocupacionais”.
Nessa luta por inclusão, destacamos para você, caro leitor, a aprovação na Câmara Municipal de São Paulo da Lei Paul Singer, resultado de projeto apresentado, em 2018, pelo vereador Eduardo Suplicy (PT). A nova lei cria na capital o Marco Regulatório da Economia Solidária, que vai gerar novas oportunidades de renda para trabalhadores informais e não organizados da capital, por meio de cooperativas e redes de ação. Destacamos ainda, nessa luta, iniciativa surgida em Araraquara (SP) para estimular a criação de hortas residenciais, por meio de cota social de água para irrigação.
Nesta edição, também preparamos para você quatro reportagens sobre cooperativas, que mostram, de maneira inequívoca, o papel “emancipador” do cooperativismo. A 1ª mostra a força do Sistema Unimed, líder em saúde complementar no país. Ao completar 54 anos, seus números impressionam – são 345 cooperativas de médicos e 18 milhões de clientes atendidos. A 2ª destaca a COOPCORRMT (Cooperativa dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso). Está completando três anos. Ainda é uma “criança”, mas já faz negócios de gente grande, com mais de cem imóveis cadastrados em sua carteira. A 3ª revela como a Lifecoop, cooperativa de saúde da Bahia, teve sua expansão impulsionada pelo uso de novas tecnologias e aplicativos, com destaque para o MobiCoop. A 4ª comemora o sucesso da Coopencirco (Cooperativa de Trabalho Nacional de Circo), criada em junho de 2015 para apoiar a classe circense.
Trazemos ainda os artigos “Nova lei dificulta ação de pequenos produtores”, da deputada estadual Márcia Lia (PT-SP); “Novo Caged e cooperativismo”, do advogado Josmar Ferreira de Maria; e “Cooperativas para o povo preto”, do jornalista Manoel Paulo.
Por fim, acompanhe nossas duas páginas de Coopernotas
Beijos
Sandra Campos Editora da Revista EasyCoop www.easycoop.com.br Celular 11-948-137-799
|