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Cinquenta mil famílias trabalham com economia solidária no Piauí

13/10/2015

Pelo menos cinquenta mil famílias do Piauí trabalham com economia solidária, uma forma de produção de pequeno porte feita em pequenas comunidades, e que oferece hoje de móveis a produtos de beleza, confecções, bolsas com design apurado, artesanato, frutas e verduras.
 
O levantamento foi feito junto à Secretaria Estadual de Emprego, Trabalho e Empreendedorismo, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), SDR (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural) e Codevasf (Companhia de Desenvolvimento das Bacias do São Francisco e Parnaíba).
 
O secretário estadual de Emprego, Trabalho e Empreendedorismo, Gessivaldo Isaías, afirmou que os pequenos negócios da economia solidária estão mostrando como podem ajudar globalmente a economia piauiense com uma produção do próprio Estado.
 
Segundo ele, em todos os municípios do Piauí existem experiências de economia solidária, que vai o uso da pedra preciosa opala a quebradeiras de coco.
 
“O nosso objetivo é fazer crescer as atividades da economia solidária. Antigamente não existe moeda, o que existia era a troca. Os grupos de economia solidária trocam informações em feiras e eventos. Há uma troca entre o produtor do azeite de coco de Miguel Alves com os produtores em outras atividades”, afirmou.
 
Cada grupo de economia solitária envolve, no mínimo, três pessoas. Isso é importante, segundo Gessivaldo Isaías, lembrando que uma pessoa trabalhando nos arranjos produtivos da economia solidária tem um faturamento médio mensal de R$ 1,5 mil por mês a R$ 1,6 mil por mês.
 
O diretor de Empreendedorismo da Secretaria Estadual do Emprego, Trabalho e Empreendedorismo, Laércio Maia, declarou que as famílias que atuam com economia solidária têm diversificado sua produção trabalhando com reciclagem, produção de cajuína, uso de alumínio, trabalho de renda.
 
“Os produtos são cada vez mais diferenciados”, afirmou Laércio Maia.
 
A presidente da Associação das Bordadeiras do Parque Piauí, na zona Sul de Teresina, Joana Pereira, afirma que a entidade reúne 20 pessoas que produzem jogos americanos, panos de prata, caminhos de mesa e outras peças.
 
“Trabalhamos com bordado e tiramos nossa renda e muitas das nossas bordadeiras abrem seus próprios negócios”, afirmou Joana Pereira.
 
Agricultoras produzem sabonete no interior do Piauí que elimina rugas e faz parte da Feira da Economia Solidária
 
As agricultoras remanescente de quilombolas do povoado Tapuio, em Queimada Nova (620 km de Teresina), estão produzindo um sabonete com extrato natural de aroeira, que consegue eliminar rugas, manchas e faz a limpeza de pele.
 
Aos 62 anos, a agricultora Luzia Rosalina dos Santos é uma das três mulheres que produzem os sabonetes de aroeira e uma de suas das garotas propagandas do cosmético. Não tem ruas.
 
“Me perguntam porque eu continuo não nova e eu respondo: é o sabonete de aroeira”, afirmou Luzia Rosalina dos Santos, que produz os sabonetes com Maria Dalva e Lucídia Maria Socorro dos Santos.
 
Ela afirma que para produzir os sabonetes as três mulheres arrancam cascas da aroeira e colocam dentro de de água com álcool 92, que é medicinal. As cascas ficam dentro da água de um dia para o outro para a retirada do extrato da aroeira.
 
Os sabonetes de aroeira têm em sua composição sabão base, óleo de coco, extrato natural de aroeira e água destilada.
 
“Os sabonetes servem para limpeza de pele, marchas, rugas, ferimentos, espinhas, coceiras, assaduras, caspas, cicatrizes, queimaduras e inflamação vaginal. A aroeira é cicatrizante e seu extrato fecha poros da pele e por isso acaba com as rugas”, afirmou Luzia Rosalina dos Santos.
 
Um dia na semana, as três mulheres da Associação de Remanescentes de Quilombolas Tapuio produzem sabonetes.
 
Elas produzem cem sabonetes por semana e uma farmácia de Queimada Nova compra toda a produção.
 
Luzia Rosalina dos Santos estava vendendo os sabonetes de aroeira na Feira da Economia Solidária, que foi encerrada na sexta-feira, na Praça Pedro II, no centro de Teresina.
 
A feira tinha bordados, artesanato, produtos alimentícios, bonecas e também produtos ecológicos e inovadores com as cadeiras, camas, pufes, centro de mesa e poltronas feitas de pneus encontrados nas ruas, da empresa Arte no Pneu, de
 
Móveis feitos com pneus em Teresina são exportados para os Espanha, Japão, Reino Unido e Argentina
 
Edvan Barradas, o Mestre Divas, que vende seus móveis seis países, entre eles, Espanha, Japão, Reino Unido e Argentina, a partir de sua oficina no bairro Poti Velho, na zona Norte de Teresina.
 
Mestre Divas afirma que o seu trabalho de produção de móveis com pneus é pioneiro no Brasil com o trançado e pintura.
 
“Nós não pegamos os pneus em borracharias, mas pegamos nas ruas da cidade, nas calçadas, nas margens dos rios”, afirmou Mestre Divas.
 
Ele declarou que sua empresa Arte no Pneu recolhe mil pneus nas ruas de Teresina, que gera 16 mil pneus velhos por mês.
 
Mestre Divas afirma que produz 150 itens feitos com pneus. São fruteiras, camas, sofás, mesas, esculturas, pula-pula e balanços. A empresa tem três funcionários.
 
“O pneu é o patinho feito do reaproveitamento, o nome que eu uso porque não gosto da palavra reciclagem porque as pessoas têm a tendência de não comprar aquilo que iria para o lixo. Nós usamos o conceito de reaproveitamento até porque os móveis de pneus são muito duráveis, duram 400 anos”, afirmou Mestre Divas.

 

Portal meionorte.com

 

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