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Cooperativistas brasileiros visitam kibutz, organização social e econômica israelense

09/11/2022

A visita ao kibutz, uma forma de organização social e econômica israelense, fez parte do roteiro cumprido, nesta terça-feira (08/11), pelos cooperativistas brasileiros do ramo transporte que estão em missão internacional naquele país. “A palavra kibutz vem do hebraico e significa grupo. Trata-se de uma comunidade democrática e voluntária, onde as pessoas vivem e trabalham em conjunto para produzir economicamente. Baseia-se nos princípios da posse de propriedade comunal e da igualdade social”, explica o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR, João Gogola Neto, que integra a missão.

Ainda de acordo com ele, o kibutz é uma unidade social e econômica autossuficiente, em que as decisões são tomadas por seus membros e cujos bens e meios de produção são de propriedade coletiva. Hoje 1,7% da população israelense vive em 267 kibutzim. “Os membros trabalham em diferentes áreas da economia. Antes, os kibutzim eram tradicionalmente formados tendo como base a agricultura. Mas eles estão cada vez mais envolvidos na indústria, turismo e serviços. Muitos têm modificado sua abordagem coletiva tradicional e estão em vários estágios de privatização”, acrescenta Gogola.

O grupo conheceu inicialmente o Yakum, kibutz localizado na parte central da planície costeira israelense, a cerca de 30 quilômetros ao norte de Tel Aviv e a apenas a 5 quilômetros dos subúrbios ao sul de Netanya. Ele está sob a jurisdição do Conselho Regional de Hof HaSharon. Tem uma população de aproximadamente 800 pessoas e fica anexo a um complexo comercial, posto de gasolina e escritórios de alta tecnologia. Lá, os brasileiros foram recebidos por Anneke Gal, que veio da Holanda como voluntária e se apaixonou pelo kibutz. Atualmente, ela é responsável pelos tours locais.

A agricultura foi a principal ocupação de Yakum até 1964, quando o kibutz adquiriu uma pequena fábrica privada de plástico. Atualmente, a comunidade está investindo em novos negócios, como o Europark, o posto de gasolina e serviço e outros empreendimentos imobiliários. Em 1992, os membros do kibutz iniciaram o processo de privatização, visando fornecer recursos financeiros suficientes para adquirir itens antes obtidos gratuitamente como roupas, móveis, eletrodomésticos e alimentos. “Yakum é agora um coletivo industrial e tenta tirar proveito de seus imóveis locais, em vez da agricultura. A principal fonte de renda são os salários recebidos pelos seus integrantes, que trabalham para empresas fora do kibutz”, afirma Gogola.

Em Yakum, os brasileiros também estiveram reunidos com Shlomit Shihor Riehman, chefe da Divisão de Sociedades Sociais do Ministério da Indústria e Economia, Yair Golan, vice-ministro da Economia e Indústria, e Mully Dor, presidente do conselho da AJEEC-NISPED (Centro Árabe-Judaico para Empoderamento, Igualdade e Cooperação – Instituto Negev para Estratégias de Paz e Desenvolvimento Econômico), uma organização árabe-judaica para mudança social, estabelecida no Negev em 2000. A organização é composta por uma equipe de árabes e judeus, que trabalham juntos para criar uma sociedade igualitária e compartilhada, preservando suas identidades e culturas.

Na oportunidade, Mully Dor também apresentou um panorama do cooperativismo israelense. De acordo com ele, em Israel, o cooperativismo de produção gera US$ 5,2 bilhões de faturamento ano, abrange 274 kibutizim e 254 moshavim, além de possuir 260.000 membros. Já o cooperativismo de transformação tem 20% dos envolvidos na fabricação industrial, 250 indústrias e US$ 12,5 bilhões de faturamento anual. Na área de serviços, as cooperativas representam 10% dos serviços de turismo, fornecimento de água, habitação e serviços municipais para comunidade.

De acordo o presidente da AJEEC, os principais desafios do cooperativismo Israelense são: o renascimento dos valores do movimento cooperativo como alternativa ao modo de vida atual; a necessidade de fortalecer identidades cooperativas compartilhadas e conexões com outras partes da sociedade e, ainda, fomentar mais a cooperativa como a melhor forma de viver, trabalhar, fazer compras, bancar, prosperar, conectar-se e crescer.

O segundo kibutz visitado pelos cooperativistas brasileiros foi o Gaash, no centro de Israel. Localizado na planície costeira ao norte de Tel Aviv, está sob a jurisdição do Conselho Regional de Hof HaSharon. Conta com pouco mais de 700 habitantes em uma área de 60 hectares. Gaash ocupa terras que costumavam pertencer à aldeia palestina despovoada de Khirbat al-Zababida. O kibutz foi fundado em 5 de julho de 1951 por um grupo de imigrantes da América do Sul que eram membros do "Grupo A" latino-americano de Hashomer Hatzair. Os fundadores defenderam Negba durante a guerra Árabe-Israelense de 1948 e formaram a comunidade do kibutz em Ahli Kahsem, perto de Bnei Zion, em novembro de 1949. Atualmente possui uma indústria de componentes de iluminação, produção de gramas e explora uma fonte de água termal, que isoladamente rende algo em torno de US$ 20 milhões por ano.

Estão participando da viagem técnica a Israel representantes do cooperativismo de transporte de nove estados brasileiros – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Bahia e Distrito Federal – além do Sistema OCB. Os paranaenses que integram a viagem técnica são o presidente e o vice-presidente da Coopercaf, Edson Luiz Zonta e Joel José de Paula, respectivamente, o gerente da Transcooper, Adair José Nunes da Silva, e o coordenador de Monitoramento do Sescoop/PR, João Gogola Neto. Eles chegaram no país na semana passada e cumprem um roteiro de visitas até sexta-feira (11/11).

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