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Cooperativas se reúnem para debater programa de preservação da água na cafeicultura

13/11/2024

Na tarde da última segunda-feira (11/11), representantes de cooperativas capixabas e de instituições que atuam no segmento da cafeicultura no Espírito Santo e no Brasil se reuniram na sede do Sistema OCB/ES, em Vitória. O grupo debateu o Programa Café Produtor de Água, uma estratégia nacional de revitalização de mananciais e preservação de matas ciliares.

A iniciativa teve início em 2021, com a implementação de um projeto-piloto em Minas Gerais, e foi idealizada pelo Conselho Nacional do Café (CNC). O Sistema OCB e a cooperativa financeira Sicoob são parceiras do programa, que promove o cuidado do meio ambiente por meio da preservação das vegetações e matas ciliares, plantio de árvores e proteção dos mananciais, entre outros benefícios.

Participaram da agenda lideranças das cooperativas Cafesul, Cooabriel e Nater Coop, que possuem cooperados cafeicultores, além de membros do CNC, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Sistema OCB/ES.

O secretário da Seag, Enio Bergoli, enfatizou o protagonismo da cafeicultura no Espírito Santo e a necessidade de as instituições parceiras do CNC colaborarem com a implementação do Programa Café Produtor de Água.

“Aqui no estado, 69,7% das propriedades produzem café. Dada essa magnitude, o governo estadual e o setor privado precisam contribuir com o avanço desse programa, pois preservar e recuperar recursos naturais é um benefício para toda a sociedade. É justo que não deixemos essa responsabilidade apenas para os produtores”, ressalta.

Bento Venturim, presidente do Sicoob ES e membro do Conselho de Diretores do CNC, lembrou que a cafeicultura capixaba tem o desafio de melhorar o gerenciamento da utilização de recursos hídricos. “Nosso problema não é a falta de água, mas a má administração de recursos hídricos. Por isso, esse programa vem muito a calhar. Que possamos intensificar as boas práticas difundidas pelo programa não como um modismo, mas como um hábito recorrente, pois a sustentabilidade já está no DNA do cooperativismo”, disse.

O programa do CNC vai ao encontro de trabalhos que já têm sido desenvolvidos pelas cooperativas capixabas. É o que pontua o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello. “Essa iniciativa vem complementar um trabalho que já foi feito há algum tempo atrás, propiciando ao produtor realizar um cultivo dentro do perfil da sustentabilidade. É vital implementar e aperfeiçoar esse programa, por meio de ações mais completas e monitoradas. Os resultados são um meio ambiente mais preservado e a proteção de um dos bens mais importantes da humanidade, que é a água”, avalia.

Por se tratar de um requisito do próprio mercado, o presidente da Nater Coop, Denilson Potratz, encara o programa como algo indispensável para a prosperidade da cafeicultura capixaba. “É um caminho sem volta, pois o bem maior que o produtor rural tem na sua propriedade é a terra e a água, então ele precisa cuidar cada vez mais desses recursos. Fazendo isso, ele vai criar uma cafeicultura sustentável, de qualidade e vai poder vender isso para o mundo. Portanto, para a nossa cooperativa, é de extrema importância incentivar o produtor a implementar esse programa”, conclui.

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, veio ao Espírito Santo para participar da reunião e frisou que o estado é uma referência quando se trata de produção de cafés de maneira sustentável. “O Espírito Santo, como sempre, é um diferencial em tudo. Ficamos contentes quando falamos sobre a cafeicultura do estado lá fora, exatamente por ela ter esse aspecto da sustentabilidade, que cada vez mais se aperfeiçoa e chega mais perto da realidade, do que exige o consumidor”, enalteceu.