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Aracaju sai na frente com lançamento de programa de apoio a catadores e catadoras autônomos

10/01/2025

O Conexão Cidadã — programa de apoio a catadores e catadoras autônomos — já começou oficialmente na primeira cidade onde o projeto funcionará em 2025: Aracaju, capital do Sergipe. A entrega do trailer que abriga as ações do programa foi feita na manhã desta quinta-feira (26), com a presença do presidente da ANCAT, Roberto Rocha, do ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e do presidente da Fundação Banco do Brasil (FBB), Kleytton Morais.

Cerca de 200 catadores e catadoras de materiais recicláveis participaram do ato, além da representante do Sebrae, Maria Anita; do representante da prefeitura de Aracaju, Valadares Filho; do procurador de Justiça do Estado de Sergipe, Eduardo Mattos; do procurador-geral de contas do Sergipe, Eduardo  Cortes; do representante da Rede central Aracaju, Dárcio Ferreira; do representante da Rede de Cooperativas das Regiões Sul e Centro-sul, Rosimário Dutra; e da representante do Consórcio Baixo São Francisco, Ane Graziele.

No ato, o café da manhã de Natal dos catadores e catadoras, Roberto Rocha chamou atenção para a importância de trazer esses trabalhadores e trabalhadoras para o processo de cidadania, “por meio documentos, de atendimento social e profissional, com treinamento, formação”. Neste primeiro momento, o Conexão Cidadã, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, atuará em seis capitais: além de Aracaju, estará em Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Recife (PE). “E vamos avante. Este é o primeiro de muitos, para atender catadores e catadoras que ainda estão na invisibilidade”, disse. “É importante nunca virarmos as costas para os catadores autônomos. A gente sabe o que é o sofrimento atrás de um carrinho ou num lixão”, acrescentou. “Tivemos retrocesso muito difícil. Agora, no atual governo, retomamos o trabalho, tirando trabalhadores e trabalhadoras da invisibilidade para a visibilidade. Lutamos muito para as autoridades entenderem quem nós somos, a importância do nosso trabalho para o meio ambiente e para a sociedade. É por isso que esse Conexão Cidadã está aqui”, completou.

O presidente da FBB, Kleytton Morais, disse que catadores e catadoras organizados são fundamentais para fazer avançar as pautas relacionadas à correta destinação dos resíduos sólidos. “Por isso, sob a liderança do presidente Lula, retomamos as políticas públicas de fortalecimento dos catadores e catadoras, dentro da lógica do fim dos lixões, da construção de espaços adequados para o trabalho, depois da interrupção democrática no Brasil que trouxe reflexos muito negativos para todos nós”, disse. “Nós somos os donos e as donas do nosso destino. Catadores e catadoras organizadas são fundamentais para fazer avançar essas pautas”, completou.

Os catadores e catadoras do Estado de Sergipe entregaram uma carta de reinvindicações ao ministro Márcio Macedo, condenando a incineração de resíduos e frisando que, apesar dos avanços, ainda falta apoio para “formalizar e estruturar suas organizações com equipamentos de processamento, caminhões e galpões”. De acordo com a categoria, há organizações em condições precárias de trabalho, em cooperativas e de forma individual. “Faltam prensas para a padronização dos materiais, faltam caminhões para realização das coletas, faltam mesas e esteiras para triagem, empilhadeiras e outros equipamentos básicos para melhorar as condições de trabalho. Temos também grandes dificuldades com espaços físicos das organizações, muitos galpões são pequenos ou improvisados e acabam limitando o crescimento das organizações, dificultando o seu licenciamento”, registra a carta. “Como solução, sugerimos que prédios, espaços ou terrenos públicos sejam doados ou cedidos para instalação de organizações de catadores”, diz o documento.

Os trabalhadores e trabalhadoras também reivindicaram, na carta entregue ao ministro, a inclusão de “organizações de catadores nos projetos de moradias popular como Minha Casa, Minha Vida”.

O ministro Márcio Macedo adiantou que o governo já trabalha na inclusão da categoria no programa de moradia popular. “Aqui não tem coitadinho nem coitadinha, tem trabalhadores e trabalhadoras que precisam ser respeitados e valorizados”, disse. O ministro também defendeu que catadores e catadoras sejam incluídos nos contratos que as prefeituras celebram para a coleta de resíduos sólidos. E acrescentou que o governo federal estuda maneiras para destinar terrenos da União para cooperativas de catadores e catadoras de materiais recicláveis.

O Conexão Cidadã é um programa de apoio a catadores e catadoras autônomos no Brasil. Oferece serviços como regularização de documentos, orientação jurídica, oficinas formativas e eventos de valorização.

Ancat / Foto: Igor Graccho

 

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