Notícias

Retratos do cooperativismo mineiro ganharão destaque em mostra fotográfica

20/05/2025

O premiado fotógrafo Milton Lima está viajando por Minas Gerais para documentar histórias inspiradoras do impacto social e econômico promovido pelo cooperativismo no Estado. As imagens farão parte de uma exposição organizada pelo Sistema Ocemg como parte das celebrações do Ano Internacional das Cooperativas. A jornada do artista pelas coops mineiras já ganhou destaque na imprensa estadual e aqui apresentamos mais detalhes sobre esse projeto que fortalecerá o legado cooperativista em Minas Gerais. A exposição será realizada em Belo Horizonte, no mês de julho, quando é celebrado também o Dia Internacional do Cooperativismo (Coopsday), em data a ser divulgada em breve.

O roteiro em busca de retratos inspiradores do coop mineiro inclui o Sicoob Aracoop, a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo (Coopfam), a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), o Sicoob Sarom, a Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha (Coocafé) e o Sicoob Credicooper, que receberam a visita de Milton nos últimos meses. As imagens revelam o cotidiano de quem faz o cooperativismo acontecer, com foco no impacto das ações coletivas em suas comunidades.

Mineiro de Três Pontas, Milton Lima percorreu, ao longo dos últimos meses, cidades como Guaxupé, Lajinha, Morada Nova de Minas e Cristália para conhecer de perto iniciativas cooperativistas ligadas à sustentabilidade e geração de renda. “Já realizei outros projetos dentro do contexto do cooperativismo em várias partes do Brasil, mas esse está sendo especial. Estou vendo de perto, com outros olhos, como a força da união consegue transformar a realidade de uma comunidade”, afirma.

Força coletiva

Reconhecido internacionalmente, Milton Lima tem mais de 18 anos de trajetória no fotojornalismo e uma marca registrada: retratar pessoas. Sua abordagem privilegia o olhar humano, revelando, nos gestos e expressões dos retratados, a profundidade das histórias que vivenciam.

Ao longo da viagem por Minas Gerais, ele se dedicou a mostrar não somente as atividades econômicas das cooperativas, mas, sobretudo, quem está por trás de cada iniciativa: produtores, famílias e comunidades inteiras que transformam sua realidade por meio da cooperação. “Sempre tive um grande apelo em fotografar retratos, pois consigo ver no olhar da pessoa a reflexão inteira de uma trajetória de vida”, relata. “Busquei valorizar os rostos que revelam histórias de superação, pertencimento e conquista. A força do cooperativismo está justamente nas pessoas que constroem essas transformações no cotidiano”.

Esse olhar sensível se reflete em imagens que vão além do registro técnico e se transformam em narrativas visuais sobre inclusão, sustentabilidade, desenvolvimento local e empoderamento. Cada fotografia, segundo Milton, é um convite à empatia. “Às vezes, uma imagem carrega mais do que um momento. Ela sintetiza a história de uma comunidade inteira, e isso é o que torna esse trabalho tão especial. Não é apenas sobre o que se vê, mas sobre o que se sente”, compara.

Arte e visibilidade para o cooperar

O projeto é também uma forma de dar visibilidade a práticas socioeconômicas baseadas na cooperação. Segundo Milton, a fotografia tem o poder de ampliar narrativas e conectar o público a realidades que, muitas vezes, ficam restritas aos territórios onde nascem.

“Existem diversas histórias em que a atuação coletiva faz a engrenagem girar, e muitas vezes elas permanecem invisíveis”, afirma. “São exemplos incríveis que muitas vezes se limitam a um pequeno grupo, e quando o Sistema Ocemg se propôs a mostrar isso por meio dessa exposição, ele projeta e dá amplitude a essa força do cooperar”.

União e resultados

Com sede em Morada Nova de Minas, o Sicoob Aracoop foi uma das cooperativas registradas pelas lentes de Milton Lima. A visita destacou o trabalho desenvolvido na cadeia produtiva da tilápia e mostrou, na prática, como a organização coletiva tem mudado a realidade dos produtores da região.

“Ser uma das cooperativas retratadas nesse projeto é motivo de grande orgulho para nós”, conta Ramiro Rodrigues de Ávila Júnior, presidente do conselho de administração da coop. “Isso reforça que estamos no caminho certo e fortalece a motivação de todos os envolvidos a continuar contribuindo para o sucesso coletivo”.

A presença do fotógrafo mobilizou os cooperados, que compartilharam suas histórias com entusiasmo, como conta o dirigente. “Nós, mineiros, temos a tradição de contar causos. E essa foi uma forma de eternizar nossas vivências. Foi gratificante ver os produtores apresentando seus desafios e conquistas com tanto orgulho”.

A expectativa de Ávila é que as imagens despertem no público uma percepção mais profunda sobre o papel social das cooperativas. “Esperamos que vejam não só o que fazemos, mas como fazemos, com união, esforço e resultados concretos. Que se sintam inspirados a valorizar esse modelo que transforma comunidades inteiras”, acrescenta.

Cooperação e pertencimento

Para a Coopfam, sediada em Poço Fundo, no Sul de Minas, abrir as portas para o fotógrafo Milton Lima foi uma oportunidade de mostrar o cooperativismo vivido no dia a dia com união, trabalho familiar e compromisso com o desenvolvimento sustentável. “Comemorar esse momento simbólico é reconhecer a capacidade transformadora do cooperativismo”, ressalta Jones Hoffmann, técnico de Comunicação e Marketing da cooperativa. “A colaboração vai além do aspecto econômico, ela promove dignidade e pertencimento. Compartilhar nossa história com o mundo é motivo de muito orgulho”.

Hoffmann destaca que o processo foi carregado de emoção. “As visitas do fotógrafo aos produtores revelaram a força de quem trabalha em silêncio, mas com grande impacto. Sentimos que nossas vozes foram ouvidas. Dividir nossa rotina foi reafirmar quem somos”.

Segundo ele, o poder da fotografia está em traduzir valores: “Cada imagem mostra o esforço das famílias cooperadas e a força da cooperação. Esperamos que o público veja mais do que paisagens bonitas: que enxergue histórias reais, comoventes e possíveis”, conclui.