Cooperativas mineiras participam da Conferência Mundial das Cooperativas de Crédito, na Suécia
22/07/2025
O Futuro é cooperativo! Esse foi o tema da Conferência Mundial das Cooperativas de Crédito (WCUC 2025) que aconteceu em Estocolmo, na Suécia, entre os dias 12 e 19 de julho. Mais de 1.800 profissionais de 60 países estiveram presentes no evento, considerado o maior do cooperativismo financeiro internacional. Uma delegação composta por 66 cooperativistas, de 51 cooperativas e do Sistema Ocemg, representaram as cooperativas mineiras.
Durante a conferência, líderes do setor de todo o mundo mergulharam em painéis sobre tecnologia, transformação digital, inclusão financeira, engajamento de novas gerações e governança. Eles puderam conhecer diferentes soluções e fornecedores, trocar experiências com lideranças de outros países e fortalecer redes de cooperação internacional.
O Brasil teve participação expressiva na conferência, com representantes do Banco Central, do Sistema OCB, das organizações estaduais e de todos os sistemas do cooperativismo financeiro brasileiro. A gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, Clara Maffia, integrou o painel Colaboração Pacífica: como política e crescimento caminham juntos. A apresentação trouxe reflexões sobre o papel das cooperativas de crédito no Brasil e sua capacidade de dialogar com políticas públicas para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável. “As cooperativas de crédito brasileiras têm mostrado como é possível crescer de forma sustentável, mantendo os princípios de cooperação e a proximidade com os cooperados”, afirmou.
A gestora também destacou que o trabalho de relações institucionais e advocacy realizado pelo Sistema OCB — com o apoio das organizações estaduais e das cooperativas do setor — tem contribuído fortemente para a construção de um ambiente normativo e regulatório favorável ao desenvolvimento do coop financeiro, para que ele possa desempenhar melhor seu papel de inclusão financeira. “A lei que atualizou o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) é um exemplo importante dessa atuação”, descreveu.
Papel social
Os debates do WCUC 2025 também abordaram os desafios do setor frente a um mundo em constante mudança, especialmente em relação às novas regulações e ao papel social das cooperativas de crédito. “Esta é uma oportunidade de olhar para o futuro com base em referências sólidas e inovadoras”, afirma o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato. “O cooperativismo tem muito a aprender, mas também muito a ensinar ao mundo”.
Além do conteúdo técnico, a missão para a WCUC também proporcionou aos participantes uma vivência completa, que contemplou aspectos culturais, sociais e econômicos do país anfitrião. Reconhecida globalmente por seus avanços em sustentabilidade, inovação e qualidade de vida, Estocolmo inspirou reflexões sobre o papel do cooperativismo na construção de modelos mais equilibrados de desenvolvimento.
“A convivência fora dos espaços formais também faz parte do aprendizado”, avalia Scucato. “Estar em outro país, observar como as coisas funcionam, conversar com pessoas de diferentes culturas amplia nossa forma de pensar e contribui para uma atuação mais conectada com o mundo”.
Resultados e perspectivas
De volta ao Brasil, os participantes trazem na bagagem aprendizados que poderão ser incorporados às práticas das cooperativas mineiras. A presidente do Conselho de Administração do Sicoob Copersul, Sara Mesquita Tavares Nogueira, destacou a confiança como tema transversal de toda a conferência. “A confiança é o que nos diferencia. Ela gera conexão, e é por meio da conexão que conseguimos entregar valor real aos nossos cooperados”, afirmou. Para ela, o evento reforçou a importância de alinhar expectativas, aprofundar vínculos e buscar foco naquilo que realmente importa para associados e equipes.
Já Márcio Olívio Villefort Pereira, presidente do Sicoob Centro-Oeste, ressaltou a necessidade de investir nos jovens como estratégia de continuidade. “Eles são o futuro das cooperativas. Precisamos nos aproximar mais, tanto no digital quanto no presencial, sem abrir mão do atendimento humanizado”, disse. Ele também apontou a segurança cibernética como tema prioritário. “Temos que pensar em fazer negócios com segurança. Isso impacta diretamente a sustentabilidade das organizações.”
Para Márcio, o contato com lideranças de outros países e a troca de experiências foram os grandes diferenciais da missão. “A gente sai com ideias práticas e uma rede de relações que fortalece toda a gestão da cooperativa”.
Sistema Ocemg