Cooperativismo abre pregão da B3 e celebra reconhecimento global
08/08/2025
O cooperativismo brasileiro fez história nesta sexta (8/8), ao dar o toque simbólico de abertura da B3, a bolsa do Brasil. O gesto marcou o início do evento SomosCoop + B3 – Uma celebração do Ano Internacional das Cooperativas, realizado pelo Sistema OCB em parceria com a B3, reunindo lideranças do movimento e autoridades políticas.
O toque da campainha, tradicionalmente usado para abrir o pregão, desta vez teve um significado ainda mais simbólico: destacou a importância crescente das cooperativas na economia brasileira e o reconhecimento global do modelo como motor de transformação sustentável. A cerimônia de abertura institucional contou com falas do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, do presidente da B3, Gilson Finkelsztain, do presidente da Anbima, Carlos André, e do deputado federal Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).
Em sua fala, Márcio Lopes de Freitas ressaltou que o cooperativismo avança sem abrir mão de sua essência. “Apostamos que o melhor caminho é trabalhar cada vez mais com excelência em gestão e governança, mantendo nossos princípios e valores, que são nossa essência e nossa diferença. Grandes líderes precisam fazer isso. Eu tenho muito orgulho do cooperativismo e do seu crescimento. Nos outros modelos empresariais, você vale o capital que colocou lá dentro. Nas cooperativas, você vale como pessoa. Cada pessoa é um voto.”
Ele também destacou o papel do cooperativismo como um modelo capaz de unir desempenho econômico com compromisso social. “Temos um modelo de negócios que funciona porque é baseado na confiança, na participação e no equilíbrio entre pessoas e resultados. O cooperativismo cresce porque entrega valor real para quem participa dele e para a sociedade como um todo. E é isso que queremos mostrar aqui hoje: que é possível prosperar sem abrir mão da inclusão, da democracia e do cuidado com o outro.”
O presidente da Anbima, Carlos André, destacou o papel das cooperativas como canal de democratização do acesso a investimentos. Segundo ele, o movimento tem tudo para crescer ainda mais, especialmente com o apoio de agentes do mercado. “Encontros como esse só reforçam a essência do cooperativismo: juntos, vamos sempre mais longe. O capital investido com propósito e responsabilidade é uma alavanca para o desenvolvimento. E o cooperativismo é, sem dúvida, um dos caminhos mais promissores.”
Representando o Congresso Nacional, o deputado Arnaldo Jardim comemorou a visibilidade alcançada pelo setor e lembrou o trabalho constante da Frencoop no fortalecimento institucional do modelo. “A ONU acertou em cheio ao declarar 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas. O cooperativismo é um modelo econômico que combina eficiência com solidariedade. Na Frencoop, trabalhamos todos os dias para garantir que esse modelo continue crescendo com segurança jurídica, apoio legislativo e reconhecimento da sociedade.”
O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, por sua vez, reforçou o compromisso da bolsa em fomentar negócios sustentáveis e inclusivos. Ele lembrou que a bolsa do Brasil tem buscado se aproximar de iniciativas que tragam valor econômico com impacto social positivo — e que o cooperativismo é uma dessas frentes com grande potencial.
O evento na sede da B3, no centro de São Paulo, marcou o início das comemorações oficiais do Ano Internacional das Cooperativas 2025, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ao longo do dia, a programação inclui palestra magna do economista José Roberto Mendonça de Barros sobre o cenário econômico e oportunidades para o setor, além de painéis com representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Anbima, da própria B3 e de lideranças cooperativistas.
O encerramento será dedicado ao papel do cooperativismo nas agendas globais, como a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA), com participação da superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, e representantes da ONU e da Aliança Cooperativa Internacional (ACI).
Com mais de 25,8 milhões de cooperados no país e presença crescente nos indicadores econômicos, o cooperativismo brasileiro chega a esse novo marco com maturidade e visão de futuro. Ao ocupar a B3, o movimento celebra uma conquista simbólica e também sinaliza que está pronto para novos desafios, novos mercados e para continuar sendo parte ativa das soluções que o mundo precisa.
Sistema OCB