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Cooperativas mineiras podem levar projetos sustentáveis à COP30

26/08/2025

O Brasil está prestes a protagonizar o debate global sobre a crise climática, e as cooperativas terão um espaço de destaque nessa agenda. Em novembro, o cooperativismo fará parte da programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), com painéis dedicados a apresentar práticas sustentáveis do setor.

Em Minas Gerais, o Sistema Ocemg convida as cooperativas do Estado a inscrever seus projetos para assegurar a representatividade do cooperativismo mineiro no evento internacional.

A seleção está sendo feita pelo Sistema OCB, que reunirá um portfólio nacional de iniciativas cooperativistas que contribuem com a agenda climática em áreas como transição energética, bioeconomia, combate ao desmatamento, conservação de florestas e financiamento climático. Os cases escolhidos serão apresentados em painéis temáticos do cooperativismo na COP30.

Pela primeira vez no Brasil, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém – PA. “As cooperativas mineiras demonstram diariamente que é possível aliar desenvolvimento com sustentabilidade. Na COP30, teremos uma oportunidade única de dar visibilidade internacional a essas ações e reafirmar que o cooperativismo é parte essencial da solução para os desafios climáticos”,  comenta o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.

 

Coop na COP30

As bases da mobilização cooperativista para a Conferência do Clima estão no Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, produzido pelo Sistema OCB. No documento, o setor apresenta seu compromisso com a neutralidade de carbono e práticas sustentáveis, destaca o papel do movimento como agente de transformação social e ambiental, e reforça ser um modelo de negócio alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

O manifesto apresenta propostas cooperativistas para a agenda climática em cinco grandes eixos:

  • Segurança alimentar, tecnologia e agricultura de baixo carbono – cooperativas como motor para aliar produtividade, inovação e preservação ambiental.
  • Valorização das comunidades e acesso ao financiamento climático – descentralização de recursos e fortalecimento do cooperativismo de crédito para financiar práticas sustentáveis.
  • Transição energética e desenvolvimento sustentável – estímulo à energia solar, eólica e biogás, com papel ativo das coops de distribuição e agroindústrias.
  • Bioeconomia como oportunidade de desenvolvimento – valorização da biodiversidade, uso eficiente dos recursos naturais e incentivo a cadeias produtivas inclusivas, como na Amazônia e no Cerrado.
  • Adaptação e mitigação de riscos climáticos – fortalecimento do Plano ABC+, cumprimento do Código Florestal, expansão de seguros climáticos e soluções locais de resiliência.

 

Energia limpa e cooperativa

Uma das principais iniciativas do cooperativismo brasileiro para a agenda climática vem de Minas Gerais: o programa MinasCoop Energia, que promove a geração de energia fotovoltaica pelas cooperativas e a doação de parte dela para instituições filantrópicas.

Criado em 2020 pelo Sistema Ocemg, o programa é pioneiro no país em combinar geração de energia limpa e impacto social, e já foi apresentado como referência em quatro conferências do clima: na COP26 (Reino Unido), a convite do Sistema OCB, e depois, em parceria com o Governo de Minas, na COP27 (Egito), COP28 (Emirados Árabes) e COP29 (Azerbaijão).

Atualmente, o MinasCoop Energia tem mais de 120 usinas solares em operação em 73 municípios, com a participação de 51 cooperativas. A doação de parte da energia gerada beneficia 79 instituições, alcançando mais de 4,3 milhões de pessoas por ano. O programa já movimentou mais de R$ 60 milhões em investimentos, gerando 1005 empregos diretos e indiretos, com a doação anual superior a 2,6 milhões de quilowatt/hora (kWh).

 

Coop mineiro em destaque

Além do MinasCoop Energia, outras iniciativas do cooperativismo mineiro já marcaram presença nos debates globais sobre o clima. A CCPR, maior cooperativa captadora de leite de Minas Gerais, participou da COP27 como representante do Brasil no painel “A importância das cooperativas para o agro sustentável”, apresentando projetos como o programa Práticas Nota 10 e o uso de energia solar em suas unidades.

No ano passado, na COP29, a Cooxupé – maior cooperativa de café do mundo – integrou o painel “O papel das cooperativas no avanço da ação climática”, promovido pelo Centro de Comércio Internacional (ITC). A cooperativa mostrou ações de cafeicultura regenerativa, relatórios de sustentabilidade nos Padrões GRI e projetos de educação ambiental, reforçando o compromisso com práticas ESG e com a inclusão de pequenos produtores.

 

Como participar

As inscrições para a seleção de cooperativas para os Painéis Temáticos do Cooperativismo na COP30 já estão abertas. O processo é gratuito e deve ser realizado exclusivamente pelo formulário eletrônico disponível no site do Sistema OCB.

Para efetivar a inscrição, as cooperativas precisam preencher o formulário com:

  • Informações institucionais;
  • Título e resumo da experiência;
  • Documentos de comprovação (como indicadores, fotos, vídeos, depoimentos e links).

O prazo vai até o dia 8 de setembro. Não serão aceitas inscrições enviadas por outros meios ou que não atendam integralmente aos requisitos do regulamento. Clique aqui para acessar o formulário.

Sistema Ocemg

 

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