Missão aos EUA amplia conexões do cooperativismo de infraestrutura
31/10/2025
Entre os dias 17 e 25 de outubro, uma comitiva formada por representantes de oito cooperativas do Rio Grande do Sul, do Sistema OCB, da Federação das Cooperativas de Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Fecoergs) e do Sistema Ocergs, participou de missão técnica aos Estados Unidos, voltada à troca de experiências sobre regulação, inovação e desafios do setor elétrico.
A iniciativa, promovida pelo Sistema Ocergs, por meio do InovaCoopRS, contou com o apoio do Sistema OCB, que atuou na interlocução internacional junto às instituições norte-americanas. O objetivo foi aproximar as cooperativas brasileiras das principais referências em energia, telecomunicações e financiamento cooperativo.
Aprendizado e benchmarking internacional
Durante os dez dias de imersão, o grupo visitou importantes entidades dos Estados Unidos, como a National Rural Electric Cooperative Association (NRECA), principal instituição de representação das cooperativas de energia norte-americanas; a Comissão Federal de Regulação de Energia (FERC); a Cooperative Finance Corporation (CFC); o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA); a Old Dominion Electric Cooperative (ODEC), além da National Cooperative Business Association (NCBA CLUSA) e da National Telecommunications Cooperative Association (NTCA).
As visitas proporcionaram um panorama detalhado sobre o funcionamento do setor elétrico americano e abordou temas como armazenamento de energia, expansão de data centers e geração intermitente por fontes solar e eólica, desafios também enfrentados pelas cooperativas brasileiras.
De acordo com Thayná Côrtes, analista da área de infraestrutura do Sistema OCB, a missão foi uma oportunidade estratégica para estreitar laços e compreender as diferentes formas de organização do cooperativismo no exterior. “Identificamos que enfrentamos desafios muito semelhantes aos deles, mas que lá já existem iniciativas cooperativas consolidadas para superá-los, como organizações voltadas ao financiamento da expansão de banda larga e mecanismos que agilizam o acesso a recursos para reconstrução de redes atingidas por eventos climáticos extremos”, destacou.
Desafios comuns, soluções compartilhadas
Segundo Thayná, apesar das diferenças entre os modelos de regulação (mais flexível nos Estados Unidos e mais restritivo no Brasil), os dilemas permanecem parecidos. “O setor elétrico americano é menos regulado, o que traz mais autonomia, mas também mais riscos. Mesmo assim, as questões que enfrentamos são as mesmas: armazenamento de energia, integração de fontes renováveis e crescimento da demanda por conectividade. Essa troca internacional é fundamental para pensarmos soluções adaptadas à nossa realidade”, complementou.
Além das agendas técnicas, os participantes puderam observar como as mais de 900 cooperativas americanas têm atuado de forma articulada para atender comunidades rurais com energia, internet e serviços complementares.
O engenheiro eletricista da Fecoergs, Luís Osório Dornelles, ressaltou que o aprendizado coletivo fortalece o setor. “Percebemos que temos muitos desafios em comum, especialmente nas áreas de financiamento, energia e conectividade, e que lá já existem soluções cooperativas interessantes para enfrentá-los. Essa experiência mostrou que, quando cooperamos, conseguimos superar obstáculos e crescer juntos”, afirmou.
Integração e visão de futuro
A missão também possibilitou que as cooperativas brasileiras observassem alternativas de armazenamento energético e estratégias de infraestrutura para data centers, setores em expansão e de alto consumo de energia. “Essa viagem foi muito importante para nós, como cooperativas e como Sistema OCB, pois reforçou o valor do que fazemos e a importância de estarmos alinhados com as discussões estratégicas do setor”, concluiu Thayná.
Sistema OCB