Cooperativismo mostra força na resiliência climática na COP30
14/11/2025
O Sistema Ocergs acompanhou, durante a COP30, o painel “O papel do cooperativismo na construção da resiliência climática”, realizado no Pavilhão do Coop, na Green Zone. A conversa reuniu Vinícola Aurora, Sicoob Credip, CCPR, Sicredi e CNseg, mostrando como cooperativismo, clima, resiliência se conectam em soluções reais que já impactam territórios rurais e urbanos.
Resiliência climática que nasce da cooperação
Mediado pelo coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, o painel reforçou uma mensagem central: a adaptação climática não se constrói sozinha. “Resiliência climática não nasce de ações isoladas. Ela é construída coletivamente, com informação, planejamento e capacidade de mobilizar as comunidades. As cooperativas já trabalham assim há décadas. Isso nos coloca em posição privilegiada para antecipar riscos e proteger quem está na ponta”, destacou Macedo.
Cooperativismo gaúcho em destaque
Representando o cooperativismo do Rio Grande do Sul, a Vinícola Aurora compartilhou como tem transformado o impacto das mudanças climáticas em oportunidade de inovação. A cooperativa mostrou que o monitoramento climático, a adoção de variedades de uva mais resistentes, o manejo adequado do solo e a disseminação de conhecimento por meio das UDCs já ajudam mais de 1.100 famílias a se adaptar aos novos padrões climáticos na Serra Gaúcha.
Em 2025, a Aurora lançou seu primeiro relatório ESG com dupla materialidade, tornando-se referência no setor vitivinícola ao olhar, ao mesmo tempo, para os impactos da cooperativa no ambiente e para como o clima afeta o seu próprio negócio.
Gestão, certificação e produtividade com menor impacto
A CCPR apresentou o programa Práticas Nota 10, uma certificação de fazendas que organiza processos, reduz impactos ambientais e melhora a eficiência da produção. Hoje, cerca de 70% do leite coletado pela cooperativa vem de propriedades certificadas.
Na prática, isso significa:
O modelo de gestão adotado pela CCPR pode inspirar cooperativas gaúchas de leite e de outras cadeias, mostrando que sustentabilidade não é custo extra, mas um caminho para manter a competitividade em um cenário de clima em mudança.
Seguro e proteção para eventos extremos
Um dos dados mais fortes do painel veio da CNseg, que representa o setor de seguros: mais de 90% das perdas ligadas a eventos climáticos extremos no Brasil não são seguradas. Isso significa famílias e governos arcando sozinhos com prejuízos que poderiam ser compartilhados e melhor geridos.
A entidade defendeu a criação de um Seguro Social de Catástrofe, com acionamento automático em situações de desastre e pagamento rápido de indenizações, garantindo uma retomada mais ágil das comunidades atingidas. Também foi apresentado o Hub de Inteligência Climática da CNseg, que reúne análises de risco, impactos socioeconômicos e soluções de proteção.
Crédito e risco climático andam juntos
O Sicredi mostrou como a quantificação de riscos climáticos já está orientando decisões estratégicas da instituição. Desde 2024, uma metodologia própria permite avaliar ameaças por cultura, território e atividade econômica, o que ajuda a:
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Ajustar linhas de crédito
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Ampliar seguros agrícolas
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Diversificar carteiras
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Orientar práticas de adaptação em campo
O Sistema Ocergs segue acompanhando a agenda climática na COP30 e reforçando o papel do cooperativismo gaúcho como parte da solução - no campo, nas cidades e em todas as regiões do Estado.
Sistema Ocergs