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Cooperativismo de crédito cresce a passos largos no Brasil

14/09/2023

O canal do Banco Central no YouTube transmitiu no início da tarde desta segunda-feira (11) a Live BC#15. O tema foi cooperativismo de crédito. Para quem não conseguiu acompanhar o programa, a Conexão Real traz os principais assuntos debatidos pelo Chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não Bancárias (Desuc) do BC, Harold Espínola. 
 
Supervisionadas pelo Banco Central, as cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços.  
 
Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos, como conta-corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Os associados têm poder igual de voto, independentemente da sua cota de participação no capital social da cooperativa.  
 
Por meio da cooperativa de crédito, o cidadão tem a oportunidade de obter atendimento personalizado para suas necessidades. O eventual resultado financeiro positivo da cooperativa é conhecido como sobra e é repartido entre os cooperados, na proporção das operações que cada um deles realiza com a cooperativa. Assim, os ganhos voltam para os próprios cooperados e os recursos permanecem na comunidade. 
 
História

Uma cooperativa é uma sociedade de pessoas. Ela nasceu em 1844, na Inglaterra, da necessidade de enfrentar condições difíceis na época da revolução industrial. Os cooperados de então compravam e vendiam produtos, era uma cooperativa de consumo. As cooperativas de crédito surgiram logo depois. 
 
No Brasil, as cooperativas surgem em 1902, em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul. Seu idealizador foi o padre suíço Amstad. A primeira cooperativa, inclusive, existe até hoje, já tem quase 122 anos e é a instituição financeira privada mais antiga do país.
“Hoje, temos 823 cooperativas de crédito e 2 bancos cooperativos no país. As cooperativas oferecem produtos e serviços financeiros aos cooperados da mesma forma que um banco. A diferença é que, além de não ter por finalidade a geração de lucros, o modelo de negócios da cooperativa é de uma sociedade de pessoas, ela pertence aos seus usuários.”, disse Harold Espínola, Chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não Bancárias (Desuc) do BC.
Números impressionantes  

Durante a live, ele citou os impressionantes números do cooperativismo no Brasil, ao final de 2022: 
 
 Ativos – R$ 590 bilhões, crescimento de 29% no ano; 
 
 Crédito – R$ 383 bilhões, crescimento de 22%(superior à média de crescimento do restante do SFN,de 6,5%); 
 
 Depósitos – R$ 358 bilhões, crescimento de 30% ano (contra 7%, em média, do restante do SFN); 
 
 Agencias – 9.122 mil
 
•Cooperados – cerca de 16 milhões.  
 
“O setor tem crescido a taxas superiores do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O BC dá espaço e apoia o cooperativismo, que caminha com as próprias pernas”, disse o chefe do Desuc.  
Inclusão 

As cooperativas estão presentes em muitos municípios que não têm bancos: cerca de 300 deles, em 2022, tinham apenas cooperativas de crédito.  
Segundo Espínola, as cooperativas possuem ligação com uma série de ações da Agenda BC#, como aumento da competitividade, inclusão e cidadania financeira e sustentabilidade.
Diretrizes 

Adesão livre e voluntária, Gestão democrática, Participação econômica, Autonomia e Independência, Educação, formação e informação, Intercooperação e Interesse pela Comunidade são os sete princípios do cooperativismo. 
O cooperado é o usuário e o dono do negócio ao mesmo tempo, explicou Espínola. “A cooperativa é uma sociedade sem fins lucrativos. Ao final do exercício, se apuram sobras, não lucro. O que sobrar é devolvido aos cooperados. Eles deliberam em assembleia que destinação terá essa sobra. Quanto mais eu uso a cooperativa, mas eu vou receber desse bolo que sobrar. Esse dinheiro gera crescimento e riqueza nas comunidades e melhora a vida das pessoas”, explicou o chefe do Desuc do Banco Central.  Em caso deperdas, elas podem ser absorvidas por sobras de outros exercícios ou pode haver um rateio entre os cooperados.  
Também há o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), que, caso preciso, pode ser acionado. Criado em 2014, o FGCoop garante os depósitos à vista, de poupança, depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras de crédito imobiliário dos cooperados. Clique aqui para saber detalhes de como funciona o dispositivo. 
Referência  
Espínola contou que o cooperativismo de crédito brasileiro hoje, por conta da atuação do BC e de todo o arcabouço normativo, é uma referência internacional sobre o assunto. 
Merecem destaque também, de acordo com ele, França (com 70% do seu sistema financeiro dentro do cooperativismo), Itália, Alemanha e Canadá. 
No site do Banco Central, há uma página especial sobre o cooperativismo de crédito. Acesse aqui.

 

Banco Central do Brasil

 

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